sábado, 22 de maio de 2010

Hipertexto

O termo hipertexto foi criado no início os anos 60 por Theodore Nelson, para exprimir a idéia de escrita/ leitura não linear, em um sistema de informática. Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de dados ligados entre si por conexão, que podem ser palavras, imagens, gráficos seqüências sonoras, etc. Recentemente tem sido empregado o termo HIPERDOCUMENTO que ressalta a utilização de múltiplos recursos de mídia num único documento em busca dissociar a idéia de apresentação textual da informação. A compreensão do conceito do hipertexto se dá com o conhecimento de algumas conceitos elementares e a forma como os hipertextos diferem dos documentos em papel a que estamos habituados.
O hipertexto só existe para o leitor depois que o computador o exibe e cada acto de leitura pode então funcionar como recriação (quer no sentido de criar de novo quer como divertimento) textual. Os criadores Michael Joyce e Stuart Moulthrop, por exemplo, utilizaram as infinitas potencialidades literárias e ficcionais do hipertexto com obras concebidas para computadores Macintosh, respectivamente, Afternoon: A Story (1990) e Victory Gardens (1990), onde o leitor pode navegar entre diferentes lexias, a designação de Barthes que mais se aproxima das unidades de informação que compõem o hipertexto. De notar também que o autor de um hipertexto não mais pode colocar-se numa posição de omnisciência sobre o texto, ao contrário do autor tradicional que controla (ou cria personagens que controlam) de alguma forma o sentido da leitura e os passos lineares do leitor. O autor de um hipertexto não pode começar nem acabar a sua obra, pois esses limites, pela sua natureza dinâmica, estão sempre entreabertos à criatividade literária do leitor e à sua competência tecnológica também. A omnisciência hipertextual é agora uma experiência colectiva e ilimitada, nunca se podendo fechar a si própria num único sentido.
A este nível, e diluindo cada vez mais a relação entre leitor e autor, o hipertexto pode fazer uso da intertextualidade de uma forma que o texto impresso tradicionalmente não pode, o que nos permite prever uma progressiva libertação deste tipo de texto de um certo determinismo socio-histórico e aproximar a criação textual de um processo mais aberto de infinitas interligações.

3 comentários:

  1. Olá Priscila...
    Realmente o hipertexto possibilita ao leitor a liberdade e a criatividade da forma que irá interagir com o texto... Muito bom
    Elizângela

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  2. Olá, Priscila!

    Muito interessante a sua análise sobre o hipertexto. Gostei muito, muito. Parabéns!

    Um abraço encantado!

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  3. Pricila;
    Tenho certeza que o desenvolvimento de mais um plano utilizando os recursos tecnológicos foi muito gratificante para você e os alunos. É mais um modelo de plano para nossos colegas professores terem como apoio.
    Parabéns!
    Eliana

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